Utilizando folhas de vidro, cientistas conseguiram gerar energia simulando o processo de transpiração das plantas
O estudo foi liderado por Michel Maharbiz, da Universidade da Califórnia (Berkley). Acompanhado por colegas da Universidade de Michigan e do MIT, ele construiu placas de vidro permeadas por pequenos canais de água, imitando os veios de uma folha de verdade.
A ideia, a princípio mirabolante, parte de um pressuposto simples: o de que os vegetais movimentam a água da raiz até seu topo graças à transpiração. Porque perdem água pelas folhas, as plantas precisam sugá-la pelas raízes. As novas folhas sintéticas realizam essa mesma movimentação de água para gerar energia. Os pequenos canais criados vão até as extremidades do vidro, onde uma abertura permite que a água evapore. Isso movimenta o líquido ao longo do canal central, ou caule, a uma velocidade de 1,5 centímetros por segundo.
Nas paredes internas desse caule foram colocadas placas de metal conectadas a um circuito externo, formando um sanduíche de camadas condutoras separada por uma isolante (a água). Periodicamente, o fluxo é interrompido por bolhas de ar, o que gera um acúmulo 2 a 5 microvolts no circuito externo.
Esse valor ainda é muito pequeno, principalmente se comparado a outras formas de geração de energia. Mas os pesquisadores acreditam que a descoberta possa atuar como tecnologia complementar. Por exemplo, ao mesmo tempo em que painéis capturassem a energia solar, as folhas artificiais fariam a transpiração. O estudo foi aceito este mês pela Applied Physics Letters, e está disponível apenas para compra. A ideia é produzir verdadeiras árvores artificiais que possam gerar energia pela evaporação em praticamente qualquer lugar do mundo que possua alguma variação de umidade. Seria um novo sentido dado à palavra
Fonte: infoabril.com.br